Política de conservação do solo e da água vai orientar produção rural em Minas Gerais

04/10/2011 20:21

 A partir de 2012 os produtores rurais mineiros poderão desenvolver suas atividades tendo como referência a Política Estadual de Conservação de Solo e Água, que está sendo estruturada sob a coordenação da Subsecretaria do Agronegócio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A elaboração da política – um conjunto de normas e orientações para a adoção de boas práticas nas propriedades agrícolas e pecuárias – foi aprovada pelo Conselho Diretor das Ações de Manejo de Solos (CDSOLO), criado pela secretaria.

Segundo o subsecretário Baldonedo Arthur Napoleão, a política é um passo indispensável para a criação do Plano Estadual de Conservação de Solo e Água. “Atualmente, a subsecretaria está organizando a publicação de um manual com informações legais, técnicas e gerenciais relacionadas à conservação de solo e água que farão parte da política. O trabalho conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig)”, informa.

Napoleão acrescenta que o manual será utilizado por técnicos de campo da Emater-MG, Epamig e IMA, instituições vinculadas à Secretaria da Agricultura, bem como pelas secretarias municipais de Agricultura. “Os técnicos aproveitarão todas as oportunidades, especialmente os dias de campo, para repassar aos produtores as informações contidas na publicação”, diz o subsecretário.

Os contatos, conforme explica Napoleão, terão por objetivo induzir os agricultores e pecuaristas a utilizar boas ações de conservação do solo e da água diante de um cenário com alto índice de degradação das áreas de produção rural. Dados da Emater mostram que, em Minas Gerais, estão degradados ou em processo de degradação entre 5 e 6 milhões de hectares, cerca de um terço da área de pastagem e produção agrícola. “Em alguns casos, como o do Vale do Rio Doce, há terras transformadas em deserto”, descreve o subsecretário. Uma das principais medidas para recuperar as pastagens é a adoção do sistema de integração lavoura, pecuária e floresta (ILPF) com o plantio direto, ou seja, sem aração e gradagem para preparo do solo destinado ao cultivo.

 Em pastagens recuperadas por meio desse sistema é possível a manutenção de dois a três animais por hectare, enquanto nas áreas degradadas a ocupação possível é da ordem de 0,3 a 0,5 cabeça por hectare. Além disso, na agricultura, estão sendo obtidos, em Minas Gerais, de 120 a 130 sacos de 60 quilos de milho por hectare em lavouras com plantio direto em áreas de pastagens recuperadas.

Suporte do conhecimento

Com base no programa que será apresentado no manual da Política de Conservação de Solo e Água de Minas Gerais, os técnicos vão orientar os agricultores sobre os princípios da erosão, como utilizar o solo, fazer o manejo da água e adotar métodos para recomposição das áreas degradadas.

De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário e Silvicultura da Subsecretaria do Agronegócio, Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira, em todas as etapas do trabalho os agricultores e pecuaristas vão receber informações gerais sobre a importância da preservação ambiental como fator indispensável à sustentabilidade de seus programas de produção.

“As práticas de manejo do solo e uso da água a serem apresentadas no manual são básicas para o aumento da produção de alimentos com qualidade”, ressalta o superintendente. Ele ainda observa que a proposta é fazer uma publicação de referência, porque será elaborada com a participação de professores, técnicos e pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV); Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Emater-MG.

 

Fonte: Agência Minas