Médicos do SUS suspendem atendimento na terça-feira
Durante 24 horas, ficarão suspensos os atendimentos eletivos, como consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos
Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) vão paralisar suas atividades na terça-feira (25), em pelo menos 12 estados brasileiros, incluindo Minas Gerais. Durante 24 horas, ficarão suspensos os atendimentos eletivos, como consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos. No entanto, as unidades de urgência e emergência funcionarão normalmente.
Em Minas, o atendimento em centros de saúde e nos Postos de Atendimento Médico (PAMs) será interrompido. Já nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), hospitais dos SUS, Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) haverá uma escala reduzida somente para casos de urgência.
Entre as principais reivindicações dos médicos estão a melhor remuneração no SUS; o financiamento maior e permanente para a saúde; assistência de qualidade para a população; gestão profissional; melhores condições de trabalho; plano de cargos, carreiras e vencimentos; reajuste na tabela do SUS e piso nacional para o médico.
Para o presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG), Manuel Maurício Gonçalves, o SUS encontra-se em uma situação limite. “O governo, seja ele federal, estadual ou municipal, deve assumir a responsabilidade e de fato resolver a questão. Na linha de frente do problema fica o médico, que acaba sendo responsabilizado”.
O movimento é coordenado pela Comissão Pró-SUS, composta por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
Protestos
Na terça-feira, a partir das 9h30, médicos e representantes da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRMMG) e do Sinmed-MG participam de um ato público, em frente à Praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Às 15h30, haverá uma audiência pública organizada pelas Comissões de Defesa do Consumidor e Saúde da ALMG.
Retrato do SUS em Minas
Atualmente, cerca de 70% dos médicos mineiros, em torno de 27 mil profissionais, trabalham no sistema público de saúde que compreende o Sistema Único de Saúde (SUS), Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) e Instituto Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Para o Sinmed-MG, a baixa remuneração é um dos graves problemas do sistema e traz como consequências a grande rotatividade dos profissionais e a sobrecarga de atendimento.
Ainda segundo o Sindicato, um médico que trabalha na Fhemig recebe um salário mensal de aproximadamente R$ 1.800 para 12 horas semanais. Municípios como Betim, por exemplo, oferecem salário de R$ 2.653 para 20 horas semanais e,em Contagem,o valor é de R$ 2.700 para a mesma carga horária.
Pesquisa divulgada pelo Instituto de de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no primeiro semestre de 2011 revelou que 59,7% dos usuários do SUS apontam que o maior problema da saúde pública é a falta de médicos.