Greve dos professores abre crise na liderança do Governo
Anastasia estuda voltar com o atual secretário de Segurança Pública, Lafayette Andrada (PSDB), para o Legislativo
frederico haikal
Em função da falta de quorum, deputado João Leite "despacha" com seguranças
A maneira como os deputados da base de Governo conduziram a greve dos professores dentro da Assembleia Legislativa pode resultar na troca do líder governista na Casa, deputado Luiz Humberto (PSDB). Segundo parlamentares, o governador Antonio Anastasia (PSDB) estuda voltar com o atual secretário de Segurança Pública, Lafayette Andrada (PSDB), para o Legislativo e colocá-lo na linha de frente. Para evitar mais desgastes, Anastasia faria a troca no fim do ano, sob o argumento de liberar Luiz Humberto para trabalhar sua candidatura à Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
O ápice da crise no Legislativo ocorreu no início da semana quando o governador convocou o deputado oposicionista Antônio Júlio (PMDB) para renegociar o fim da greve. O tucano teria, ainda, feito elogios ao parlamentar. "Você tem o perfil de quem eu gostaria de ter no meu Governo."
Anastasia chegou a criticar a "ineficiência" da base que teria deixado a situação fugir do controle.
O puxão de orelha gerou mal-estar entre os deputados da base que, na noite de ontem, teriam declarado que o Governo "os teria vendido", em referência ao pedido do Governo de enfrentarem a oposição na Assembleia e, depois, de recuar pelo fim da greve. "O Governo nos fritou", teriam declarado antes de se reunirem com o secretário de Governo, Danilo de Castro.
Questionado sobre a crise na base, o deputado Gustavo Corrêa (DEM) se esquivou da resposta. "Nós, aqui, tentando colocar panos quentes e vocês colocando mais lenha na fogueira", ironizou. Em seguida, ele negou qualquer crise.
No primeiro dia de plenário após a greve, nenhum projeto foi votado por falta de quorum. Ainda ontem, a Comissão da Educação se reuniu, pela primeira vez, onde assinaram um termo de compromisso que será levado ao governador, em que pedem diálogo permanente com o Governo do Estado.
Fonte: Hoje Em Dia