Professores avaliam nova proposta que pode colocar fim à greve
Toninho Almada

Desde segunda, 27 educadores continuam acorrentados no plenário da Assembleia
Uma nova proposta apresentada pelo Governo do Estado aos professores da rede estadual de ensino, nesta terça-feira (27), pode significar o fim da greve que já dura 112 dias. Segundo informações da assessoria do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), a proposta prevê o pagamento escalonado do Piso Salarial Profissional Nacional até 2015.
Representantes das diretorias regionais do Sind-UTE/MG estão reunidos neste momento para avaliar se a proposta atende à reivindicação da categoria. Após essa avaliação, a proposta será levada para votação dos professores que estão reunidos no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Na reunião realizada na Cidade Administrativa, estiveram presentes o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, a coordenadora do Sind-UTE/MG, Beatriz Cerqueira, e alguns parlamentares, entre eles o deputado estadual Rogério Correia (PT). A assessoria da Secretaria de Estado de Educação (SEE) ainda não se posicionou sobre a proposta do governo.
Acorrentados
Nesta terça-feira 27 educadores permaneceram acorrentados, por vontade própria, dentro do plenário da Assembleia Legislativa. Eles ocupam o local desde segunda-feira à noite, durante um debate da Comissão de Direitos Humanos.
A presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro (PSDB), em nota, condenou a ocupação do plenário, mas informou que a retirada será por meio do diálogo. “Na história recente do Parlamento mineiro, nunca houve qualquer impedimento para a abertura dos trabalhos do Plenário. Somente em período de anormalidade política, em ditaduras, os plenários dos legislativos são fechados ou impedidos de funcionar”, afirmou.
Greve de fome
Diante da abertura das negociações entre professores e Governo, dois professores colocaram fim a greve de fome iniciada no último dia 19. Abdon Geraldo Guimarães e Marilda de Abreu Araújo ficaram aproximadamente 192 horas sem se alimentar reivindicando o retorno das negociações, com vistas ao pagamento do piso salarial.
Impasse
A paralisação dos professores, que já é a mais longa das últimas décadas, tem perdido forças a cada dia. Aos 100 dias de greve, completados no último dia 15, levantamentos da SEE apontava que a greve parcial atingia 773 escolas no Estado, totalmente, 45. Ao todo, 13.490 educadores estavam paralisados. No balanço divulgado nesta terça-feira (27), os números caíram bastante, sendo que 564 escolas estavam parcialmente paradas e apenas 7 totalmente envolvidas no movimento. Ao todo, 8.111 professores continuam em greve.
Nesta terça-feira (27), a SEE, juntamente com a Controladoria Geral do Estado (CGE), publicou uma resolução regulando a abertura de sindicância contra professores designados que não retornaram às atividades. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado e já está em vigor.
Na última segunda-feira (26), o Supremo Tribunal Federal (STF) indeferiu o recurso impetrado pela categoria que pedia a suspensão da determinação do desembargador Roney de Oliveira, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que considerou a greve abusiva por já ter passado dos cem dias e causar “grave prejuízo à ordem pública”.
A medida dá continuidade à resolução publicada na última quarta-feira (21), que convocou os professores designados que estavam fora das salas de aula. A resolução determinou o retorno ao trabalho em 48 horas. O prazo venceu na última sexta-feira (23). Segundo o Governo, os designados são remunerados pelo modelo em valor único (subsídio), sendo o salário inicial de R$ 1.320.
Fonte: Hoje Em Dia