Estado antecipa demissão de professores substitutos

21/10/2011 14:08

Com as rescisões de contrato, governo irá encomizar mais de R$ 12 milhões

Professora substituta, Clariza diz que alunos serão prejudicados

 

Os 3.566 professores contratados entre agosto e setembro último em substituição aos titulares que aderiram à greve da rede estadual de ensino serão demitidos nos próximos dias. A decisão foi tomada anteontem após uma reunião entre o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE).


Quando os substitutos foram designados, a SEE informou que eles ficariam até o fim do ano letivo. Mas, segundo a secretaria, o desligamento dos temporários foi um pedido do sindicato, acatado com o argumento de que, com a volta dos titulares, eles não seriam mais necessários.


Muitos contratados ajudavam nas aulas de reforço para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado neste fim de semana. O Estado iria gastar pelo menos R$ 12 milhões com o pagamento desses professores nos próximos três meses, quando terminaria o ano letivo na maioria das escolas que aderiram à greve. O valor leva em consideração o salário mínimo da categoria, de R$ 1.122.


A professora de português Clariza Eduardo de Souza, 34, contratada em 16 de agosto na Escola Estadual Maurício Murgel, no bairro Nova Suíça, região Oeste de Belo Horizonte, afirma que os alunos serão prejudicados. "Eu não fico parada nem um minuto. Dou reforços e vou para a sala quando os efetivos faltam", diz.


Os substitutos haviam sido anunciados em agosto para atender, inicialmente, ao 3º ano do ensino médio, que era o mais prejudicado pela paralisação por causa da proximidade do Enem. Com a extensa duração da greve, que chegou a 112 dias, o Estado determinou a contratação de temporários para todas as turmas. As escolas já estão autorizadas a demitir.

 

Efetivos são orientados a iniciar a reposição imediatamente


Após o acordo feito com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE) orientou os professores concursados que aderiram à greve a dar início à reposição. O calendário escolar será reajustado.

Até então, a recomendação do sindicato era esperar uma decisão do governo sobre o pagamento dos dias parados.

Na reunião de anteontem entre a SEE e o Sind-UTE, que durou mais de oito horas, ficou acertado que o desconto das faltas durante a greve será feito em duas parcelas, a partir de dezembro.

Em novembro, os concursados vão receber normalmente. Somente após a completa reposição das aulas, os valores serão restituídos.
 

Fonte: O Tempo